Os portugueses aplicaram 3,5 mil milhões de euros em seguros PPR no ano passado. Trata-se de um aumento de 55% face ao registado em 2017.
Os portugueses estão a apostar em força em Planos Poupança Reforma (PPR). Em 2018, as aplicações em PPR sob a forma de seguros cresceram acima de 50%, para 3,5 mil milhões de euros, mostram dados do regulador do setor. Tal significa que os portugueses colocaram, em média, perto de dez milhões de euros neste produto de poupança para a reforma por cada dia que passou.
A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) revelou esta terça-feira que a produção de seguros PPR ascendeu a 3.478,6 milhões de euros no ano passado. Apesar de ainda provisório, este montante corresponde a um aumento de 55% quando comparado com as contribuições para este produto registadas no ano anterior. Em 2017, a produção de seguros PPR rondou os 2.230 milhões de euros.
No ano passado registou-se assim uma aceleração face ao crescimento de 30% que já tinha sido verificado no ano anterior. Aliás, desde pelo menos o início desta década que a produção de seguros PPR não apresentava um valor tão elevado.
“A evolução destes produtos vocacionados para a poupança de médio e longo prazo parecem confirmar a confiança que os portugueses depositam no setor segurador e de fundos de pensões para gerir as suas poupanças“, refere a ASF numa nota relativamente aos montantes que entraram para os seguros PPR em 2018.
Os recentes aumentos registados em termos dos volumes de investimento em PPR acontecem num período marcado pela reduzida remuneração oferecida pelos produtos de poupança mais conservadores. Em específico, os depósitos a prazo.
Aquele que tradicionalmente sempre foi o produto de poupança preferido dos aforradores nacionais apresenta, atualmente, níveis de remuneração mínimos. Segundo os últimos dados do Banco de Portugal, em novembro, a taxa de juro média das novas aplicações em depósitos a prazo foi de 0,15%. A mais baixa de sempre tendo em conta um histórico que remonta ao início de 2003.
Ainda não estão disponíveis os dados da remuneração dos seguros PPR relativos a 2018. Os últimos dados conhecidos são relativos a 2017 sendo que, nesse ano, a taxa de rentabilidade média dos seguros PPR foi de 1,52% (considerando os 47 PPR sob a forma de seguro disponíveis para subscrição), segundo os dados da ASF.
Os PPR beneficiam ainda de um tratamento fiscal favorável para os aforradores. Permitem a dedução no IRS de 20% do valor investido, sendo que no momento do resgate, em vez do imposto de 28% aplicado a outros produtos de poupança, beneficiam de uma taxa reduzida de 21,5%, se mantiver o investimento até cinco anos. Se o prazo de investimento for de cinco ou mais anos, a taxa baixa para 8%.
Um em cada quatro euros que entra nas seguradoras ruma a PPR
Se os seguros PPR parecem constituir-se como um refúgio para a poupança das famílias, também ganha relevância para as seguradoras. Os dados da ASF permitem constatar que, por cada quatro euros da produção de seguros, um teve como destino PPR.
Os 3.478,6 milhões de euros colocados em seguros PPR no ano passado representam 26,9% face aos 12.941 milhões de euros a que ascendeu a produção total das seguradoras. Dentro do ramo Vida, a respetiva relevância ainda é maior. Pesaram 42,9% face aos 8.114,1 milhões de euros da produção do ramo Vida.
Fonte: Economia Online
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