Veja os custos pode baixar para otimizar os seus encargos familiares e recuperar algum do equilíbrio financeiro perdido com a COVID-19.
O mundo está diferente de como outrora o conhecemos. A situação de pandemia provocada pela COVID-19 que atualmente vivemos veio debilitar a nossa saúde, estando também a ter um profundo impacto na economia, nomeadamente nas finanças pessoais das famílias, que têm sofrido quebras de rendimentos e perdas de emprego.
Na tentativa de minimizar o impacto desta crise e de forma a aliviar a sua carteira durante a pandemia, preparou-se cinco dicas de custos que pode reduzir para diminuir os seus encargos familiares e recuperar algum do equilíbrio financeiro perdido.
5 custos que pode reduzir para aliviar a carteira durante a pandemia
#1 – Consolide todos os créditos num só e reduza a prestação mensal
Se está a passar por uma situação financeira mais complicada devido ao estado de pandemia atual e se vê com alguma dificuldade em pagar as prestações dos créditos que contraiu, optar pela consolidação de empréstimos pode ser uma boa solução para diminuir os seus encargos familiares.
Ao optar pela consolidação pode juntar todos os empréstimos e respetivas mensalidades num só crédito, passando a pagar apenas uma prestação. Como tem a possibilidade de alargar o prazo de pagamento e, em alguns casos, inclusivamente beneficiar de uma taxa de juro mais atrativa, consegue baixar a mensalidade. Desta forma, diminui a sua taxa de esforço para os níveis recomendáveis, garantindo um desafogo no seu orçamento familiar.
Para além de permitir a redução da mensalidade e o alargamento do prazo de pagamento, o crédito consolidado também pode evitar a duplicação de custos relacionados com os seguros associados ao crédito, por vezes requeridos pelos bancos.
De notar que a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Anual) máxima aplicada no crédito consolidado para o quarto trimestre de 2020 é de 13,4%. Assim, poderá compensar agregar todos os empréstimos contraídos no passado – do crédito automóvel ao cartão de crédito – caso estes apresentem condições menos favoráveis.
Sabia ainda que uma simples chamada pode reduzir os juros do seu cartão de crédito quase para metade?
Se acha que está a pagar demasiado pelo seu cartão, tem a possibilidade de tentar reduzir a taxa de juro. Comparando as soluções oferecidas pelas várias instituições no nosso país, percebe-se que a TAEG média tem oscilado entre os 9,8% e os 15,3% nos cartões de crédito, pelo que deve analisar e comparar o mercado. Caso não consiga melhores condições junto do seu banco, pondere optar por um produto mais vantajoso de outra instituição.
#2 – Transfira ou renegoceie seu crédito habitação para obter melhores condições
Os spreads no crédito à habitação têm vindo a descer na generalidade dos bancos, sendo o mínimo atualmente publicitado de 0,95%. Também a EURIBOR atingiu mínimos históricos, sendo que, à data de hoje, o valor deste indexante a seis meses se situa nos -0,513% e, a 12 meses, nos -0,483%.
Por outro lado, os valores negativos da EURIBOR, que apenas são aplicáveis apenas nos contratos de crédito com taxa variável, acabam por reduzir ou mesmo anular o spread, permitindo às famílias pagar menos juros ou até mesmo deixar de ter quaisquer encargos com os juros do empréstimo.
Assim, se tem um empréstimo com um spread acima de 1,2%, esta altura pode ser a ideal para transferir o seu crédito para outra instituição no sentido de obter melhores condições, reduzindo os seus encargos mensais e diminuindo a sua taxa de esforço.
De salientar que, com vista a atrair novos clientes, atualmente existem alguns bancos que suportam parcial ou totalmente os custos de transferência. Assim, optar por esta solução para baixar a mensalidade empréstimo é, nos dias de hoje, especialmente vantajoso.
#3 – Renegoceie o seu contrato com a operadora de telecomunicações
Está perto do fim do período de fidelização com a sua operadora? Então aproveite este momento para conseguir um pacote TV Net Voz mais barato ou para melhorar as suas condições contratuais e conseguir poupar durante a pandemia.
Comece por recolher toda a informação possível sobre a sua operadora e os serviços que a mesma oferece, bem como fazer a análise do mercado, pedindo outras propostas algumas semanas antes do seu período de fidelização terminar.
Se tentar renegociar as condições do seu contrato atual e, mesmo assim, não conseguir o que procura, pode sempre optar por rescindir o contrato com a operadora quando este terminar e subscrever um novo pacote de telecomunicações com outro fornecedor, caso lhe seja apresentada uma proposta mais vantajosa.
#4 – Obtenha uma tarifa de energia mais vantajosa e poupe em pandemia
A energia, tanto a eletricidade como o gás, é um bem essencial, sendo uma despesa da qual não dá para escapar. Para tentar reduzir os seus gastos durante a pandemia, pode tentar diminuir o consumo destes serviços para reduzir a fatura ao final do mês, mas a verdade é que essa redução tem um limite a partir do qual já não conseguirá baixar mais.
Para além das eventuais diferenças ao nível do preço do KhW – seja do termo termo fixo como do termo variável – entre as diferentes empresas comercializadoras, é importante notar que existem sazonalmente campanhas e descontos especiais ao mudar de fornecedor de energia, o que permitirá obter poupanças significativas.
Antes de tomar esta decisão, não deixe de ver e comparar toda a oferta do mercado no sentido de averiguar qual poderá ser a tarifa mais vantajosa para si, permitindo-lhe poupar mais ao final do mês.
Verifique ainda se pode beneficiar da Tarifa Social. Esta é uma medida implementada pelo Governo no sentido de garantir o fornecimento de eletricidade e gás natural a todos os consumidores, principalmente aos clientes com dificuldades financeiras.
Este apoio consiste num desconto que pode ir até 33,8% na fatura de eletricidade e 31,2% na de gás natural.
O ano de 2021 traz novidades
A taxa de IVA aplicável à eletricidade vai baixar para 13% para consumos até 100 kWh ou 150 kWh, no caso de famílias numerosas.
#5 – Poupe nos seguros associados ao crédito à habitação: seguro de vida e seguro multirriscos
Ainda tem o seguro de vida e/ou seguro multirriscos contratado diretamente no banco onde solicitou o seu crédito habitação? Saiba que antes de 2012 não era possível adquirir soluções dos seguros obrigatórios fora das instituições financeiras, mas isso mudou. Desta forma, poderá valer a pena rever as condições e custos que tem atualmente e mudar o seguro para outra entidade e assim reduzir custos durante a pandemia.
Apesar de ser regra os bancos concederem uma bonificação no spread a quem contrate os seguros de vida e multirriscos por si diretamente propostos, importa salientar que muitas vezes pode compensar perder essa bonificação e contratar estes produtos noutras seguradoras. Uma vez que a diferença no preço dos seguros é, em grande parte dos casos, bastante substancial, mesmo com o eventual aumento do spread se poderão obter poupanças significativas.
Deixamos a nota de que, apesar de apenas o seguro de incêndio ser exigido por lei para o caso das frações em propriedade horizontal, as instituições bancárias acabam por requerer um seguro multirriscos, que garante uma maior proteção à sua habitação. Neste sentido, é regra os bancos determinarem a obrigatoriedade de ser incluída cobertura de fenómenos sísmicos, com franquia de 5% sobre o capital seguro.
Já o seguro de vida garante a cobertura do risco de morte ou, em alternativa, de incapacidade da pessoa segura. Para garantir maior proteção, pode optar por um seguro com ITP – Invalidez Total e Permanente, que oferece uma cobertura mais abrangente (há ofertas no mercado a partir de 55% de incapacidade), ao invés do IAD – Morte e Invalidez Absoluta e Definitiva (tipicamente com coberturas apenas a a partir de 90% de incapacidade).
2021 vai trazer mudanças
O país e o mundo estão a viver uma situação de vulnerabilidade económica e demográfica, pelo que estão também a ser discutidas medidas para 2021 que visam ajudar os portugueses a ultrapassar esta crise. Mantenha-se a par das medidas do Orçamento do Estado que poderão ser implementadas para o ano, com o objetivo de combater a pandemia, reforçar a saúde, proteger as famílias e apoiar a economia e o emprego.
Fonte: O Jornal Económico